O autor George Orwell, pseudônimo Eric Arthur Blair, nasceu na Índia em 1903 e foi um dos maiores escritores na Inglaterra.
Na “Granja do Solar” a vida corria normalmente, até que, um dia, o Sr
Jones, que era o proprietário, deixou as janelas internas do viveiro abertas.
De madrugada houve certa agitação naquele lugar, é que os habitantes,
animais caseiros, se reuniram em torno do velho Major, um porco sábio. Este
incutia idéias revolucionárias na cabeça dos participantes. O ancião os
incitava a se revoltarem contra o dono da propriedade, e em seus discursos
acalorados, lembrava dos maus tratos e privações que sofriam. Aquela reunião,
com cantorias e palavras de ordem, logo foi dispersa pelo Sr Jones que atirara com
uma espingarda pensando que o barulho fosse provocado por uma raposa. Dias
depois o Major faleceu, mas suas idéias ficaram na cabeça de todos,
principalmente, de dois jovens varões, Bola-de-Neve e Napoleão, e também do
capado Garganta que, como diziam, podia convencer que o preto era branco.
Juntos, os três, tomaram para si o dever de organizar o levante pregado pelo
velho mentor. Depois de algumas reuniões noturnas ficou decidida a inconfidência. O poder foi tomado
e os humanos foram expulsos com mais facilidade do que se esperava. Os líderes
instituíram novas regras de convivência baseadas no novo princípio do “animalismo”. Enquanto isso, a notícia da revolução se espalhou por outras fazendas, e os
homens temendo que o mesmo ocorresse por lá, decidiram se unir para derrubar os bichos. Foi
uma batalha sangrenta, mas a vitória foi dos animais, e isso incutiu um grande
espírito cívico na comunidade vencedora. De certa forma, todos se sentiam
responsáveis, mas o poder estava concentrando nos dois cachaços, que,
entretanto, divergiam em suas idéias e ações. Num golpe, Napoleão, usando a
força de cães treinados, proclama-se ditador e impõe as regras que lhe convém.
Ele, agora ditador, tomou como seu, o projeto faraônico de seu adversário
político, a construção de um moinho de vento, e obrigou sutilmente a massa a trabalhar arduamente nele.
Com a chegada de mais um inverno rigoroso, surgiram os primeiros
problemas de abastecimento e os trabalhadores tiveram sua ração diminuída e o
trabalho aumentado. Surgiram, então as primeiras discórdias que facilmente foi
reprimida pelo aparato canino de Napoleão. Medidas foram tomadas, a repressão
aumentou e quem discordasse do regime era torturado e morto. Todos da fazenda
estavam mais pobres, menos os porcos e cachorros, que só usufruíam o melhor.
Napoleão, então, resolveu negociar com os humanos, contrariando aos
mandamentos que ele mesmo ajudara a criar. O pior é que, além de tantas
humilhações, todos tiveram que ver os porcos andando, bizarramente, apoiados
nas duas patas traseiras, imitando aos humanos. Mais ainda, o ditador porco
passou a se relacionar estreitamente com os fazendeiros vizinhos, chamando-os
freqüentemente para um carteado na casa-grande da fazenda, onde morava com sua
família. Homens e porcos, dividiam cigarros e bebidas até que, ambos se
entreolharam de forma igual um para o outro, pois alguém havia trapaceado no
jogo. Não havia distinção de quem era quem, homem e porco, porco e homem todos
estavam na mesma condição.
O texto revela, em metáforas, a desumanidade dos regimes totalitários, onde a repressão,
a injustiça e meios torpes são utilizados para se permanecer no poder e dele
abusar.
JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.
JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.