quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A Revolução dos Bichos

           A obra retrata, através de analogias, a realidade do comunismo vivido na União Soviética e particularmente na Rússia. 
O autor George Orwell, pseudônimo Eric Arthur Blair, nasceu na Índia em 1903 e foi um dos maiores escritores na Inglaterra.

Na “Granja do Solar” a vida corria normalmente, até que, um dia, o Sr Jones, que era o proprietário, deixou as janelas internas do viveiro abertas. De madrugada houve certa agitação naquele lugar, é que os habitantes, animais caseiros, se reuniram em torno do velho Major, um porco sábio. Este incutia idéias revolucionárias na cabeça dos participantes. O ancião os incitava a se revoltarem contra o dono da propriedade, e em seus discursos acalorados, lembrava dos maus tratos e privações que sofriam. Aquela reunião, com cantorias e palavras de ordem, logo foi dispersa pelo Sr Jones que atirara com uma espingarda pensando que o barulho fosse provocado por uma raposa. Dias depois o Major faleceu, mas suas idéias ficaram na cabeça de todos, principalmente, de dois jovens varões, Bola-de-Neve e Napoleão, e também do capado Garganta que, como diziam, podia convencer que o preto era branco. Juntos, os três, tomaram para si o dever de organizar o levante pregado pelo velho mentor. Depois de algumas reuniões noturnas ficou  decidida a inconfidência. O poder foi tomado e os humanos foram expulsos com mais facilidade do que se esperava. Os líderes instituíram novas regras de convivência baseadas no novo princípio do “animalismo”. Enquanto isso, a notícia da revolução se espalhou por outras fazendas, e os homens temendo que o mesmo ocorresse por lá, decidiram se unir para derrubar os bichos. Foi uma batalha sangrenta, mas a vitória foi dos animais, e isso incutiu um grande espírito cívico na comunidade vencedora. De certa forma, todos se sentiam responsáveis, mas o poder estava concentrando nos dois cachaços, que, entretanto, divergiam em suas idéias e ações. Num golpe, Napoleão, usando a força de cães treinados, proclama-se ditador e impõe as regras que lhe convém. Ele, agora ditador, tomou como seu, o projeto faraônico de seu adversário político, a construção de um moinho de vento, e obrigou sutilmente a massa a trabalhar arduamente nele.  
Com a chegada de mais um inverno rigoroso, surgiram os primeiros problemas de abastecimento e os trabalhadores tiveram sua ração diminuída e o trabalho aumentado. Surgiram, então as primeiras discórdias que facilmente foi reprimida pelo aparato canino de Napoleão. Medidas foram tomadas, a repressão aumentou e quem discordasse do regime era torturado e morto. Todos da fazenda estavam mais pobres, menos os porcos e cachorros, que só usufruíam o melhor.
Napoleão, então, resolveu negociar com os humanos, contrariando aos mandamentos que ele mesmo ajudara a criar. O pior é que, além de tantas humilhações, todos tiveram que ver os porcos andando, bizarramente, apoiados nas duas patas traseiras, imitando aos humanos. Mais ainda, o ditador porco passou a se relacionar estreitamente com os fazendeiros vizinhos, chamando-os freqüentemente para um carteado na casa-grande da fazenda, onde morava com sua família. Homens e porcos, dividiam cigarros e bebidas até que, ambos se entreolharam de forma igual um para o outro, pois alguém havia trapaceado no jogo. Não havia distinção de quem era quem, homem e porco, porco e homem todos estavam na mesma condição.
O texto revela, em metáforas, a desumanidade dos regimes totalitários, onde a repressão, a injustiça e meios torpes são utilizados para se permanecer no poder e dele abusar.

JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.
        

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