sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Gato Preto resenha

Resenha do conto extraído da obra de domínio público disponível no site: www.uol.com.br/cultvox. Trata-se de um gênero literário considerado “de terror” e intitulado como “Romance Negro” ou “Romance Gótico”.
O autor Edgar Allan Poe  nasceu em Boston, EUA, em 1809. Ficou órfão aos dois anos de idade e foi criado pelo tio, cujo sobrenome, Allan, acrescentou ao seu. Foi expulso da Universidade devido à sua geniosidade. Iniciou em Boston a sua difícil e precoce  existência de homem e escritor. Morreu em Baltimore em 1849.  
De uma cela de criminoso, um homem narra uma sequência de fatos extraordinários e domésticos que o levaram a passar o resto da vida naquele lugar. Ele conta que quando criança  era tranquilo e querido por todos. Gostava muito de animais e tinha mais de uma dúzia deles. Casou-se cedo com uma moça que também gostava de bichos e com ela tiveram muitos deles, mas o principal era Pluto, um gato totalmente preto. Porém, em breve tempo, por causa do alcoolismo, aquele homem tornou-se taciturno e irritadiço e passou a infernizar a vida da bicharada e até de sua esposa. Só ao gato ele não maltratava. Mas, numa certa noite ao voltar para casa, como sempre, embriagado, o infeliz arrancou um olho do animal com um canivete. Tempos depois, numa manhã, tomado por um sentimento misto de perversidade e remorso, ele enforcou o seu companheiro numa árvore do quintal. Por coincidência, na mesma noite do dia em que cometeu aquela crueldade, ele foi acordado pelo grito de “fogo!”. Sua casa ardera em chamas, só restando uma parede com uma estranha marca semelhante a um grande  felino enforcado, mas ele não deu importância e foi morar em outro lugar. Passados alguns dias, num dos botecos que frequentava, ele encontrou outro gato e  o levou para casa, era tão grande e negro quanto o primeiro. Sua mulher percebeu que o bichano tinha uma mancha branca no peito com um certo formato de forca e que só tinha um olho, tal qual o enforcado. Tais coincidências o deixaram perturbado, mas logo passou. E o novo companheiro se mostrou tão ou mais amável que o outro, tanto que às vezes o irritava com demasiados esfregões e carícias. Num fatídico dia, ao arrumar o porão do prédio onde morava, ele tropeçou no infeliz peludo. E, num acesso de fúria, desferiu-lhe uma machadada, mas a mulher dele interferiu evitando o pior. Subitamente, tomado por uma ira demoníaca, ele cravou a machadinha no cérebro de sua esposa que caiu morta sem um gemido, e o gato sumiu assustado. Feita a besteira, ele resolveu ocultar o corpo numa das paredes da adega, tal qual faziam os monges da Idade Média com suas vítimas.
Os policiais fizeram algumas diligências para investigar o desaparecimento daquela mulher, mas nada conseguiram apurar. Até que, quatro dias após o homicídio, em uma última investigação pelo porão da casa, os homens da lei resolveram encerrar o caso por hora, inocentando assim o vilão. Eles já iam saindo quando, tomado por um sentimento de regozijo e júbilo por tê-los enganado, o assassino começou a falar sem pensar. E fazendo alusões à firmeza das paredes da construção ele batia nelas com uma bengala. Foi quando de dentro da tumba soou uma voz entrecortada e abafada, primeiro como os soluços de uma criança, depois foi como um grito agudo anormal e inumano. O fanfarrão quase desfaleceu sobre as pernas. Foi quando os policiais derrubaram a parede revelando um corpo ereto, em avançado estado de decomposição e coberto de sangue coagulado.
A surpresa maior se deu quando todos viram que em cima da cabeça do cadáver, com a boca vermelha dilatada e com um único olho chamejante, estava o Gato Preto, cuja astúcia e voz reveladora entregou para o carrasco quem o havia emparedado.
Esta é uma história macabra onde o autor demonstra todo seu talento nesse tipo de literatura. Ele detalha os fatos de forma a guiar o leitor pelos caminhos do suspense, revelando um final surpreendente e inesperado.  



JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.

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