quinta-feira, 12 de julho de 2012

O alienista - resenha

Esta é uma obra de domínio público que está disponível na Internet no site: Google / http://www.uolbibivirtu.com.br, dividida em 13 capítulos.
O autor Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839, onde faleceu em 29 de setembro de 1908. Seus livros são obras-primas que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos maiores autores da literatura de língua portuguesa. É o fundador da Cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a presidência por mais de dez anos.
A crônica  de Itaguaí conta que o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra, estudara em Coimbra e Pádua onde recusara o convite de Sua Majestade para ocupar altos cargos nos negócios da monarquia Portuguesa. Aos trinta e dois anos retornou ao Brasil visando dedicar-se inteiramente à ciência. Casou-se com uma viúva que não lhe deu filhos, e a falta deles o levou a mergulhar no trabalho. Como tinha muito prestígio na cidade, não foi difícil convencer os políticos a aprovar o projeto de uma clínica, para doentes mentais, subsidiada pelo governo. Nesta ele mantinha os alienados em clausura, para melhor estudá-los. Todos apresentavam, segundo o douto estudioso, algum desequilíbrio mental, e eram catalogados e devidamente separados por níveis de loucuras. Depois de algum tempo já havia na clínica por volta de quatro quintos dos habitantes da cidade. Todos, aterrorizados, achavam que havia uma certa falta de critério nas internações. O alienista via loucura em qualquer um que demonstrasse algum comportamento estranho para ele. A coisa caminhava de maneira tal que até sua esposa fora internada.
Liderada pelo barbeiro da cidade, a população rumou à Casa Verde, como era chamado o hospício, a fim de derrubá-la, mas o movimento logo foi rechaçado pela milícia  local. O saldo do confronto foi de muitos feridos e alguns mortos. Com o apoio das tropas da capital, o Dr. Bacamarte recolheu à clínica todos os revoltosos.
Mas, num belo dia, sem que ninguém entendesse, o Doutor deu alta para todos os internos. Ele justificou sua decisão dizendo que descobrira que os desequilibrados estavam de acordo com a natureza humana e internou os que se encontravam fora da clínica, ditos equilibrados. Diante do protesto desses outros, o alienista foi liberando-os, aos poucos, à medida que ia diagnosticando a cura, ou melhor o problema de cada um. Logo não havia ninguém na Casa Verde. O mais surpreendente é que depois de muito estudar o cérebro humano, o Doutor chegou à conclusão de que a única pessoa naquela cidade que apresentava uma patologia de insanidade, por não apresentar desequilíbrio algum, era ele mesmo. Sem hesitar, ele se internou e entregou-se à cura de si mesmo. Ele morreu dezessete meses depois, da mesma forma que entrou. Há quem diga que o único louco da cidade era ele mesmo. De qualquer forma efetuou-se  o enterro com muita pompa e rara solenidade.           
Nota-se que, é inerente ao ser humano ter algum tipo de desequilíbrio. Mas, o que é loucura? E quem é totalmente sano?  

JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.

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