Sermão em dez capítulos escrito por Padre
Vieira e pregado a outros padres na Capela Real no ano de 1655. Texto disponível no Site http://www.terra.com.br/virtualbooks.
Padre Vieira, tomando por base a Parábola do
Semeador, do Evangelho, admoestava seus pares acerca do pregar. A todo instante
o Padre questionava o porquê de tanta evasão de fiéis da Santa Madre Igreja. De
quem seria a culpa por tanta incompreensão da palavra de Deus? Seria da própria
palavra divina? Seria culpa do ouvinte? Ou seria culpa do pregador? Esta última
hipótese lhe parecia a mais plausível. Assim
como as sementes de trigo citados na parábola, o evangelho poderia ser semeado
em terras férteis, como também em terreno pedregoso, cheio de espinhos, ou
simplesmente jogado pelos caminhos. No
entender do Padre, a palavra jogada no caminho, tal qual à semente da parábola,
poderia ser comida pelos pássaros. A palavra semeada às pedras, que são os
homens de corações embrutecidos, brotaria mesmo assim, mas não tendo raízes não
daria frutos. Já a palavra pregada aos homens de corações espinhosos, por eles
seria sufocada. Mas a palavra é tão forte que mesmo em condições adversas ela
acaba germinando, embora sucumba em alguns casos, e em outros, embora
germinando não dão frutos por não terem raízes.
Para
o reverendo, seria muito fácil semear em terreno fértil, mas o bom pregador tem
que estar preparado para enfrentar as condições adversas tais como os corações
embrutecidos e espinhosos, que são os inimigos da palavra de Deus.
O
pregador, acima de tudo, deve agir de forma verdadeira pregando aquilo que
acredita e agindo de forma coesa com a sua pregação. De nada adianta pregar a
pobreza trajando vestes de seda cara, ou pregar a abstinência com suas gulas
saciadas. Bom seria que fizessem
como Batista, diz o padre, que
vivia com suas vestes rotas e se alimentando de gafanhotos pelo deserto. Quem
prega deve tomar a palavra de Deus como sua, para que possa semeá-la com
sucesso, pois, só se deve plantar a semente que seja sua para que crie raízes e
dê bons frutos.
O
Padre questiona o porquê da Eva não ter guardado a semente do fruto da árvore
da ciência, que comera escondido, e logo em seguida dá a resposta, é pelo
simples motivo de não lhe pertencer e tê-la tomado de forma clandestina. Só se
deve plantar o que é seu. Assim deve ser a pregação da palavra.
Por
outro lado, quem prega difere-se do simples pregador. Pregador é apenas gênero,
é qualidade, mas quem prega trás em si a ação de pregar. É o que toca nos
corações das pessoas sem se importar se estas ficarão satisfeitas com suas
palavras, importando sim, que essas mesmas pessoas saiam da igreja descontentes
com elas mesmas e com suas condutas cotidianas. Que a pregação lhes traga um
sentimento de reflexão.
Conclui
o Padre dizendo a seus pares que lutem contra as invejas, cobiças, ambições e
outros pecados e, acima de tudo, que sejam coerentes na forma de pregar e de
agir.
Esta
é a última resenha da minha graduação em direito na Universidade Unaerp Campus Guarujá, por isso, aproveito a oportunidade
para oferecer um agradecimento todo especial à Prof. Nicole pelas
excelentes indicações de obras para confecção das resenhas na disciplina Atividades Complementares.
JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.
JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.
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