quinta-feira, 26 de julho de 2012

SERMÃO DA SEXAGÉSIMA resenha


Sermão em dez capítulos escrito por Padre Vieira e pregado a outros padres na Capela Real no ano de 1655. Texto disponível no Site http://www.terra.com.br/virtualbooks
Padre Vieira, tomando por base a Parábola do Semeador, do Evangelho, admoestava seus pares acerca do pregar. A todo instante o Padre questionava o porquê de tanta evasão de fiéis da Santa Madre Igreja. De quem seria a culpa por tanta incompreensão da palavra de Deus? Seria da própria palavra divina? Seria culpa do ouvinte? Ou seria culpa do pregador? Esta última hipótese lhe parecia a mais plausível.     Assim como as sementes de trigo citados na parábola, o evangelho poderia ser semeado em terras férteis, como também em terreno pedregoso, cheio de espinhos, ou simplesmente jogado pelos caminhos.  No entender do Padre, a palavra jogada no caminho, tal qual à semente da parábola, poderia ser comida pelos pássaros. A palavra semeada às pedras, que são os homens de corações embrutecidos, brotaria mesmo assim, mas não tendo raízes não daria frutos. Já a palavra pregada aos homens de corações espinhosos, por eles seria sufocada. Mas a palavra é tão forte que mesmo em condições adversas ela acaba germinando, embora sucumba em alguns casos, e em outros, embora germinando não dão frutos por não terem raízes.
Para o reverendo, seria muito fácil semear em terreno fértil, mas o bom pregador tem que estar preparado para enfrentar as condições adversas tais como os corações embrutecidos e espinhosos, que são os inimigos da palavra de Deus.
O pregador, acima de tudo, deve agir de forma verdadeira pregando aquilo que acredita e agindo de forma coesa com a sua pregação. De nada adianta pregar a pobreza trajando vestes de seda cara, ou pregar a abstinência com suas gulas saciadas.  Bom seria que fizessem como  Batista, diz o padre, que vivia com suas vestes rotas e se alimentando de gafanhotos pelo deserto. Quem prega deve tomar a palavra de Deus como sua, para que possa semeá-la com sucesso, pois, só se deve plantar a semente que seja sua para que crie raízes e dê bons frutos. 
O Padre questiona o porquê da Eva não ter guardado a semente do fruto da árvore da ciência, que comera escondido, e logo em seguida dá a resposta, é pelo simples motivo de não lhe pertencer e tê-la tomado de forma clandestina. Só se deve plantar o que é seu. Assim deve ser a pregação da palavra. 
Por outro lado, quem prega difere-se do simples pregador. Pregador é apenas gênero, é qualidade, mas quem prega trás em si a ação de pregar. É o que toca nos corações das pessoas sem se importar se estas ficarão satisfeitas com suas palavras, importando sim, que essas mesmas pessoas saiam da igreja descontentes com elas mesmas e com suas condutas cotidianas. Que a pregação lhes traga um sentimento de reflexão. 
Conclui o Padre dizendo a seus pares que lutem contra as invejas, cobiças, ambições e outros pecados e, acima de tudo, que sejam coerentes na forma de pregar e de agir. 
Esta é a última resenha da minha graduação em direito na Universidade Unaerp Campus Guarujá, por isso, aproveito a oportunidade para oferecer um agradecimento todo especial à Prof. Nicole pelas excelentes indicações de obras para confecção das resenhas na disciplina Atividades Complementares.   

JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.
        

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