quarta-feira, 4 de julho de 2012

O QUE É POLÍTICA

A obra O que é Política foi escrita por Wolfgang Leo Maar e publicado pela editora brasiliense s. a. em 1982. Teve sua 16ª edição em 1994 e uma 19ª reimpressão em janeiro 1998. Faz parte da coleção primeiros passos; 54. Apresenta-se em formato de bolso e tem 110 páginas.
O autor Wolfgang Leo Maar é professor da Universidade Federal de São Carlos. Estudou na Escola Politécnica, no Instituto de Física e na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em cujo Centro Residencial fez política estudantil até ser preso por ocasião da decretação do Ato Institucional nº 5, em 1968. Participou intensamente da vida sindical e política. Como analista político escreveu nos principais jornais, revistas e semanários, destacando-se um longo período como colaborador da Folha de São Paulo. No debate político cultural tem se dedicado à discussão e elaboração de propostas de reforma educacional e universitária, seja nas entidades de classe, seja no plano partidário. 
Embora seja aplicada num sentido muito vago a palavra política pode ser precisa, em seu significado, dentro do contexto histórico em que esteja envolvida. A política é a referência em todas as dimensões do cotidiano de uma sociedade. Ela surge da própria convivência do homem em sociedade e questiona qualquer mudança desta que não seja natural e sim pela atividade do próprio homem  Homens que se apoderam desta política para chegar ao poder e dele usufruir: O poder político institucional.
A política nasce com a própria história, com o dinamismo de uma sociedade em constante transformação e que, muitas vezes, revela-se insuficiente e insatisfatória e, que não é fruto do acaso e sim das atividades do próprio homem vivendo em sociedade. Cada segmento ou grupo tem sua política de alguma forma, mas quando alguém diz que tem que ser mais político, refere-se a se aproximar da esfera política institucional. Há uma referência à palavra que é unanimidade, é a política no plano do poder institucional; deputados, senadores, órgãos administrativos públicos, são políticos. Porém toda atividade associada com a esfera institucional também é política. Então se dá a impressão que a política só serve para atingir o poder. Entre votos e armas foram desenvolvidas diversas formas de se apoderar da “política” em proveito próprio.
Mas  há um conjunto onde esta palavra toma um outro significado; são as igrejas, associações de bairros, sindicatos, grupos feministas, etc, que têm por finalidade, além de seus interesses próprios, os interesses sociais dos seus filiados. Então concluímos que o que existe não é política e sim políticas. São propostas políticas interagindo entre si em constante dinamismo, ora prevalecendo uma ora outra, ou nenhuma delas, é o que se chama de “crise política” ou situação hegemônica.
Nas sociedades contemporâneas onde as instituições políticas são mais estáveis, sobretudo nas sociedades capitalistas, estas instituições tornam-se máquinas empresariais, e podendo erradicar a miséria e a pobreza, não o fazem, rompendo assim, seus compromissos com a representação social.
Das diferentes formas de política destaca-se  a Democracia. A tão difundida ideia de juntar esforços apagando as diferenças para realizar metas, para  que a diversidade possa respeitar os interesses individuais.
A política surgiu com a atividade social dos homens na Polis, a cidade-Estado grega.
Durante a Idade Média a atividade política se apresentaria numa duplicidade de formas; de “poder político” exercido pela nobreza e de “poder civil” exercido pelo clero religioso. Era a dominação pela força e a direção pela persuasão ou convencimento.
Neste contexto Maquiavel propõe uma nova forma de agente político, o “príncipe”, o governo do Estado, transferindo para ele todas as decisões importantes.
Já, Marx mostra que o modo de produção capitalista modifica os homens dando-lhes menos valor do que às coisas que fabricam. A produção capitalista tira a dignidade do homen tornando-o “alienado”. Por isso Marx desloca a questão do Estado para as classes sociais. Para ele o governo (Estado) representa uma classe e precisava submeter-se a interesses dessa classe. O grande feito de Marx foi atribuir às diversas classes sociais um significado político sem transformá-las em classes políticas nos moldes do Estado.
O cerne da própria atividade política é a análise entre classes dominantes e dominadas, exploradores e explorados. Para Gramsci, no entanto, o príncipe moderno é o partido político cuja meta é ser governo, ele    reúne forças e estruturas partidárias para tal.
A imprevisibilidade da política é que a torna interessante por significar mudança e transformação.
 O homem produz sua própria história, disse Angels, mas não segundo as condições que eles escolhem. Depende da circunstancia histórica anterior que lhe servem de base.
 A política atinge a maturidade quando passa a distinguir Estado de governo. O governo é o agente do Estado, que impõe condições e exigências. Então para ter  acesso à política tem que se tornar agente.
A democracia deve ter seu valor aqui e agora e, portanto, ter valor conjuntural específico: a garantia da maior representatividade e da mais ampla participação do cidadão nas decisões políticas, retirando-as da alçada exclusiva do Estado capitalista.
Dois artifícios utilizados pelo agente do Estado para governar denominam-se: “coerção e hegemonia”. Quando o Estado reprime uma passeata está usando a coerção, e a força. Quando faz propaganda de seus atos para ganhar uma eleição, está procurando a hegemonia.
O exercício do voto constitui um objetivo político para demandas da sociedade. Porém a confrontação política real se exprime na coerção das armas ou das leis e vale permanentemente todos os dias e não só de quatro em quatro anos.

Esta é uma obra onde o autor procura abordar os diversos aspectos que toma a política. Para isso pesquisou diversas obras de pensadores como; Aristóteles, Maquiavel, Rousseau, Marx, Lenin e outros, clássicos e contemporâneos, que dissertaram sobre o tema. Leo Maar procura, através de citações, tentar esclarecer as diversas facetas do vocábulo “política”. É uma leitura rápida e de fácil compreensão, que dá ao leitor a oportunidade de conhecer um pouco de um tema importantíssimo para a vida do homem em sociedade.

 JOSENILTON DE SOUSA E SILVA - acadêmico de direito da Faculdade UNAERP Guarujá.
  

                 

2 comentários:

  1. Estive em um seminário na cidade de Cajamar, onde estava também o companheiro, e ex presidente LULA, quando um companheiro se dirigiu ao LULA perguntando: LULA o que é política? E o LULA respondeu: Companheiro, 'POLÍTICA É A ARTE DE SAPO DAR RASTEIRA EM SAPO...
    Esta resposta também poderia está neste livro...

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    1. O companheiro Lula deu uma RASTEIRA em todos buscando unir-se ao Maluf.

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